dois dias depois de antes de ontem

continuo com as marcas deixados pelos meus três amigos. caros amigos. ainda sinto um pouco de dor no corpo. já se vão quase 48 horas de clausura. sem comer. apenas água. ligaram do trabalho. não atendi. depois dou uma explicação. precisava desse tempo, que não é meu., não é seu, não é nosso. esse tempo que só faz ruir. deitado na cama. nu. aproveitei e dormi. descansei. meditei. fumei. e me masturbei. afinal, precisava de um pouco de ação. também li e reli as cartas. quem as mandou? quem sabe dessas coisas? e a foto? como conseguiram? e ainda há a orelha, que descansa em meu congelador. de quem será ela? perguntas e mais perguntas. me colocaram nesse jogo. dele não posso sair.


Quatro envelopes.
Jogados por baixo da porta.
Uma memória.
Uma foto.
Uma biografia.
Uma matéria.
Minha vida.
Campainha. Pacote. Dentro uma orelha.
Nada mais. Sem remetente. Nenhum nome.
Eu. Detetive. Fugitivo.

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