Uma foto (ela de costas para a câmera)
Às vezes, descobrimos alguém por acaso.
Em um sebo, procurando uma edição rara de Alguma Poesia,
Ou numa loja de departamento.
Na fila para o novo do Woody Allen,
Ou num supermercado às três e quinze da manhã.
Às vezes, conhecemos alguém por acaso.
Tomando um café, fumando um cigarro,
Entre lentes e armações...
Vendo a inocência ir embora numa narrativa fragmentada.
Perdidos em pecinhas de Lego,
Observando peixinhos de fanta uva no céu de João e Maria.
Às vezes... por acaso.
Invenção
Em silêncio fico. Meus olhos a acompanham. Será que já sabe? Acho que não. Nem deve imaginar. O som alto. A conversa ao pé do ouvido. Os olhos fixos na tua boca. Disfarço. Tomo mais um gole da bebida. A conversa sai. O momento fica. O silêncio constragedor não vem. O tempo passa. Fico sem entender. Procuro a resposta nos seus olhos. Acho um sorriso. Mas não o sorriso que eu procuro. Vou até o bar e tento esquecer... mas você volta e me dá um beijo.
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